[GULODICAS] Os bons endereços da Rua Ferreira de Araújo em Pinheiros (São Paulo)

Endereço concorrido, em especial na hora do almoço, quando é comum haver filas de espera. O sócio Paulo Sousa, ex-barman e ex-árbitro de futebol, tem como responsabilidade o atendimento, enquanto os outros proprietários, Tiago Del Bianco e Amilcar Azevedo, são os autores do menu. A maioria dos pratos se destaca pelo sabor, mas há problemas de acabamento. Os pequenos tentáculos de polvo com gratin de batata (R$ 26,00), servidos de entrada, poderiam ser menos cozidos. Também ficaria melhor o confit de pato com uma pele mais crocante. Compensa pelo apetitoso purê de mandioquinha e pelo figo envolto em presunto de Parma e recheado de gorgonzola, servidos de guarnição (R$ 58,00). Mais acertado, o lombo de porco vem com polenta cremosa e folhas de agrião (R$ 44,00). A torta de maçã e pistache (R$ 17,00) faz parte da lista de arremates. Durante a semana no almoço, conquista pelos preços. O executivo sai por R$ 39,90.

O bistrô tem suas mesas distribuídas por um salão comprido e também pelo verdejante quintal nos fundos do imóvel. Quem responde pelas receitas é a chef e dona, Fernanda Barros. Nem todos os pratos são 100% franceses e os resultados podem oscilar um pouco. Fazem parte do menu opções como o salmão marinado com creme azedo e dill (R$ 31,00), de jeitão nórdico e sugerido de entrada. Mais à francesa, o peito de pato ao molho de laranja ganha uma versão acompanhada de purê de batatas com alho-poró (R$ 48,00). O robalo em crosta de castanha-de-caju com limão-siciliano surge na emulsão de queijo boursin guarnecido de palmito pupunha assado (R$ 46,00). De sobremesa, a sugestão mais interessante é o gâteau de banana-da-terra e castanha-do-pará com caramelo de açúcar mascavo e sorvete de coco (R$ 18,00).

Do lado de fora da loja, um touro vermelho vibrante de chifres pontudos, carinhosamente apelidado de Rex, avisa: este é um espaço para carnívoros. Os sócios Caio Bortman e Leon Isfahani construíram um açougue bem organizado e variado que fica aberto até a noite, uma boa notícia para quem decide fazer um churrasco de última hora. Os cortes podem ser de três raças de gado, o wagyu (que produz carnes bem marmorizadas de gordura, sempre mais caras), o angus e o bonsmara, também muito saboroso. Leve o bife de tira com uma capa de gordura uniforme e clarinha (R$ 74,90) para assar depois da bananinha (R$ 45,90), corte extraído da costela e resfriado em forma de tirinhas, uma sugestão de aperitivo. Para temperar a costelinha suína (R$ 52,90), a casa vende um ótimo molho barbecue feito lá mesmo com uma dose de uísque Jack Daniel’s (R$ 25,00).

É fácil entender as razões que fizeram da casa um sucesso instantâneo. A começar pelos antecedentes. A matriz, em Bruxelas, ingressou em 2004 no Guinness Book como dona da maior seleção de cervejas do mundo (2 004 rótulos) e a unidade do Rio (sim, os cariocas a conheceram antes de nós) foi premiada quatro vezes pela edição VEJA COMER & BEBER. Aqui na cidade, o bar tornou-se o lugar para tomar o ótimo chope Delirium Tremens (R$ 19,00). O líquido dourado escorre por uma das 24 torneiras ao lado do aromático Gulden Draak (R$ 20,00), também belga. Não faltam opções em garrafa. Na extensa lista, encontram-se perto de 400 rótulos, entre eles o mineiro Wäls Saison de Caipira (R$ 29,00, 375 mililitros), com caldo de cana na fórmula. A criação da bela carta da bebida pode ser creditada ao sócio Paulo Almeida, um dos donos também do bombado Empório Alto dos Pinheiros. Uma dica: na entrada do Delirium, fica uma loja de delícias fermentadas que funciona a partir das 13h.

Fonte : VejaSP
Fotos : Divulgação